Do
pó que restou dos nós por ti desatados
Colho
os cristais partidos do sal que secou
Pobre
menina... O corpo magro, os olhos profundos e no sorriso, o mundo.
...
Caminhava louca e nua por entre os espinhos do jardim sem se dar conta das
fendas que se abriam sob seus pés. Inocente, olhar grudado no horizonte não se apercebia
do que a sua volta, apodrecia. Linda menina inocente e louca e nua que bradava
sua alegria. Castelos de areia em torres de marfim... Dores sem fim... Em mim
Corria e ria e colhia as flores invisíveis de
um canteiro encantado que ela desenhou com nanquim.
Menina
boba! Olha a tua volta!
Lá
ia ela...doce,a alma pelo avesso e girassóis no cabelo...
Será
que não via, não sabia? Não lia a menina, as letras tortas escondidas nas
palavras mortas que aos pés lhe jogavam?
Cantava
e dançava e pulava as poças como se o paraíso existisse, como se o mundo dela fosse...
Como se o eterno morasse num dia e o sol andasse a brincar pelo céu com a
chuva.
Abria
os braços em asas e voava... Acreditava...
Que
insana menina girando em seu carrossel dourado com sons de caleidoscópio. Que
linda menina em tapetes de pétalas macias por sobre os cacos...
Triste menina a vagar, presa solitária do delírio
infame... Impróprio... Nua, sussurrando em trapos a sua loucura.
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