terça-feira, 29 de janeiro de 2013

RECONVEXO



      Tudo o que me toca,de um jeito ou outro,acaba virando letra
                                         no meu papel torto.
 

Repleta de raras cores profundas
Rasgam as ruas
Remotos ventos de lembranças de sol.
Repassas cauteloso,
Os revezes guardados em
Relicários bordados em fios de ouro e dor.
Recebo teu,agora,
Raso encanto
Remexo os retratos antigos
Na busca do recorte certo
Que resolva o incerto quebra cabeças
 da tua doce geografia.
Rápidos passos resvalam
Tua calma em saltos.
Reviras,sem conforto,
de um lado à outro,
a ponte cega,
refeita,aos poucos,
dos restos tardios dos desejos vãos.
Deito-me a ouvi-lo sonhar.
Revejo,lenta,cada
rio que teu corpo acolhe e
cada rusga que tua alma
Em veio risca.
 


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

LÍDIMO PROFANO



Ah as putas...

Como é doce sua carne e calma sua alma

Só as putas são felizes

Para as putas,tudo está lá,às claras,

sem floreios nem rodeios,

sem juras ou promessas

Seus dotes expostos sem medos,

inteiro e pela metade,

falso e verdadeiro,

reto e sinuoso

Bem ali,na mesa da sala,

no meio da rua

 à pernas escancaradas

 e regaços macios

Só as putas conhecem  o amor e a verdade

Só as putas são dignas,

carregam os pecados do mundo e

as alegrias da vida

Lindas são as putas

com seus sorrisos largos ,

seu andar de dança,

olhos rápidos e mãos certeiras

de quem se sabe marcada,

de quem nasceu escolhida,

de quem muito cedo aprendeu

como se pisa na vida.

 http://fotos.sapo.pt/maddy/pic/0002ccq3

BREU



De novo a tarde cai.
 O céu, que de um azul doce se enchia,
novamente em gritos escurece.
Na angústia do poente
a morte espreita sarcástica
com a prepotência de quem sempre sabe o fim da história.
De novo a noite chega.
Os ventos gelados açoitam a alma que encolhe
retorcida no imponderável.
A madrugada de pesados passos
caminha louca pelos corredores abandonados
a procurar o que nunca existiu
Tudo por dentro se quebra
se queda em prantos de soluços infantis
se espanta em medos de dores que não curam.
Tudo por fora é silêncio e vazio
Ecos mudos dos desejos inúteis,
dos pecados santos,das tristezas infindas.
Só há agora o escuro de contornos de sal
e os olhos baixos em conta gotas de mar.

 http://poesiaspreferidas.files.wordpress.com/2012/04/beijo-na-tempestade.jpg?w=400

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

REI



Gosto quando voce vem,
Quando abro meus olhos pela manhã e te vejo calmo a me olhar
O jeito ousado e íntimo com que me vasculha, me mexe, me aquece
Gosto quando sei que estás ali,
solene,espalhado em luz por todo o cômodo
Longe de ti tudo é triste e escuro
Minha alma se apaga, me perco das cores

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXQW5KmVAU0QDuKA1vwX8HpAkhHeom9IpCnhiRY4h4NZa1YCo0ynavGgHk7Thhnahkyu0G-5z-2Mh9m54a-haMlrKDDRNafjHSWEQ8X3sCrB-PW7mjZZHre1lGQGBHKisBVLJWLQZWYTc/s640/imagens+do+sol.jpg

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

DEVANEIO



Se me desses teus olhos,
somente a mim eles seguiriam
e por caminhos de seda, bem devagar,
com cuidado e sem medo,
minha alma te mostraria.