Ai que neste campo, em si plantando tudo dá.
A
terra é fértil e macia,
qualquer
semente se enche
com fartura,cresce a revelia
Não
há esforço ou labuta,
Não
há calo, nem dor
Só
este campo de eterno
Doce
de cheiro encravado
embrião
de alegria e ardor
No
corpo em planta da alma
Explodindo
em vida e calor
Ai que neste campo, a terra tudo recebe,
Com
olhos de fome que engole
O
que em si plantando dará
Não
há fartura nem falta
e
se achega alguma dor
Algo
vai a revelia
Algo
ao esforço e ardor
Lambuzando
a palma que planta
a explosão macia
Na
labuta do sol, na lida do dia.
Ai que neste campo, nem tudo a terra engole
Com
fome nos olhos plantados,
Só
o calo a revelia
Não
há fartura e a falta
chega
com fervor
Lambuzando
de quem planta a palma
da alma que sangra a dor
Da
terra fértil que vivia,
A
ser explosão de cor,
E
que hoje é só labuta,
No
olho suado da lida do dia.
Ai
que neste campo, a terra seca a revelia
Não
há semente nem chuva
Só
labuta e sangue
e sol e dia
Da
lembrança da fartura
Só
o calo de quem plantou
Da
alma, da alegria,
fome,
suor e dor.
Não
se achega mais o cheiro,
Doce
da terra macia,
Onde
sem esforço no corpo fértil,
Tudo
era vida e crescia
Do
sal da lágrima que desce,
dos
olhos cansados de por
no
alto celeste a esperança
de
findar o seu labor,
rasga
a terra o grito
de
quem de deus
se
enganou
viu
a terra prometida,
morreu
em solo seco sem favor.
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