Às vezes dou em chuvoso e penso querer ser aquele que no fim
do dia tem o que contar, nada especial ou diferente, só o trivial, as ruas, a calçada,
a moça de cara amarrada esperando o ônibus lotado que não vem,o doce gostoso da
padaria da esquina,essas coisas tontas que passam e a gente não vê e depois já
foi e a gente quer. Chegar em casa cansado e desmontar na porta e tomar banho
quente e esquentar a comida no microondas e reclamar do gosto de nada que ela
tem.Olhar os móveis e resolver mudar de lugar e mudar e não ver diferença mas
ela está lá. Acordar cedo e engolir qualquer coisa e sair atrasado e não entender
de onde vem tanta gente e se misturar no meio do corre- corre e dar risada e
sumir feito gota d’água na poça que a chuva fez.

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