Impregnada
de mim o que eu não fui se cala. Legiões transpassam os olhos que em ti se
perdiam...
Devagar
em castelos de tempestades e bocas de labirintos atravessamos os campos
perdidos do tempo de certezas de ventos doces e quentes. Por mãos de concha
guardávamos ar de flores e armas e em cavalos alados empunhávamos as lanças do
futuro de nuvens perfeitas, exércitos do eco nas trincheiras do sol. Em
vestidos de jardim e sedas negras em ondas, rompíamos as madrugadas de sons de
pecados e luz nas janelas. Mares de abraços e rostos e outros espaços, passageiros
dos anos das estações de navios fantasmas e sorrisos transmutados. De sal e
poesia esculpíamos as feridas em moinhos de violinos e guitarras distorcidas. Por
portas abertas ao espelho dos erros corríamos de encontro à morte e vivíamos uma
batalha por dia na lâmina quente de facas sem perdão dos que viriam de mãos vazias,
pergunta e resposta na ilusão de quem sabia. Graves e sérios, meigos guerreiros
da loucura, infinitos num mundo desenhado de limites, vozes numa horda de
meninos que cantavam o sonho da estrada construída.
Leves
a carregar o fardo da escolha, pintamos o quadro que enfeita na parede branca a
lembrança que hoje brinca no espanto de novos heróis.
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