segunda-feira, 11 de junho de 2012

AOS VINTE


Impregnada de mim o que eu não fui se cala. Legiões transpassam os olhos que em ti se perdiam...
Devagar em castelos de tempestades e bocas de labirintos atravessamos os campos perdidos do tempo de certezas de ventos doces e quentes. Por mãos de concha guardávamos ar de flores e armas e em cavalos alados empunhávamos as lanças do futuro de nuvens perfeitas, exércitos do eco nas trincheiras do sol. Em vestidos de jardim e sedas negras em ondas, rompíamos as madrugadas de sons de pecados e luz nas janelas. Mares de abraços e rostos e outros espaços, passageiros dos anos das estações de navios fantasmas e sorrisos transmutados. De sal e poesia esculpíamos as feridas em moinhos de violinos e guitarras distorcidas. Por portas abertas ao espelho dos erros corríamos de encontro à morte e vivíamos uma batalha por dia na lâmina quente de facas sem perdão dos que viriam de mãos vazias, pergunta e resposta na ilusão de quem sabia. Graves e sérios, meigos guerreiros da loucura, infinitos num mundo desenhado de limites, vozes numa horda de meninos que cantavam o sonho da estrada construída.
Leves a carregar o fardo da escolha, pintamos o quadro que enfeita na parede branca a lembrança que hoje brinca no espanto de novos heróis.
  

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