A estrada era curta e eu já sabia. No fim o abismo é só meu
e eu sempre pulo
o ventre desnudo e
vazio
As entranhas arrancadas
A dor que grita muda, rasga
Os pés sujos,molhados ,sem rumo
Balançam
O horizonte negro e pesado
Transforma as cores
Engole-as com sua bocarra de risos
O vento vem
O frio chega
O sangue se espalha
Os pés sujos,molhados,sem rumo
Balançam
A areia fere,corta expõe
Cantos encantados se espalham
Mãos que arranham se aproximam
Puxam,pedem,se esticam
O cheiro doce seduz,embriaga
Tudo gira em descompasso
O vazio
O eco
O nada
Os pés sujos,molhados,sem rumo
Crispam num salto
Longe
Fundo
Quente
só
O silencio
Do cristal que se parte
Invade
Milhares de minúsculos pedaços se espalham
Gotas coloridas
Mares
Lá em cima o sol desponta
A noite descansa
Eu me calo
Nenhum comentário:
Postar um comentário