quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

NO COMEÇO



De volta aos trilhos meus belos retos intermináveis trilhos que seguem sempre na mesma toada para frente para sempre para o nada na estrada de terra no asfalto na cidade na roça na mata fechada no mais escaldante deserto trilhos que não param não cessam não conhecem curvas nem estações só a canção monótona marcada pelo caminho para canto algum segue o trilho para longe até não se sabe onde não se sabe porque segue sem parar sempre em frente sempre em direção à coisa alguma à lugar nenhum sem parar na mesma direção na mesma canção lenta morna abafada fria trilhos sem curvas sem parada sem destino só em frente para  longe da cor do dia da lua do céu da flor duros trilhos sem razão sem trem sem vagão fantasma de si mesmo sem destino só em frente sempre sempre sempre sempre sempre trilhos rasgando o chão


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