De volta aos trilhos meus belos retos intermináveis trilhos
que seguem sempre na mesma toada para frente para sempre para o nada na estrada
de terra no asfalto na cidade na roça na mata fechada no mais escaldante
deserto trilhos que não param não cessam não conhecem curvas nem estações só a
canção monótona marcada pelo caminho para canto algum segue o trilho para longe
até não se sabe onde não se sabe porque segue sem parar sempre em frente sempre
em direção à coisa alguma à lugar nenhum sem parar na mesma direção na mesma
canção lenta morna abafada fria trilhos sem curvas sem parada sem destino só em
frente para longe da cor do dia da lua
do céu da flor duros trilhos sem razão sem trem sem vagão fantasma de si mesmo
sem destino só em frente sempre sempre sempre sempre sempre trilhos rasgando o
chão
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