A janela fechada e o calor infernal derretendo o cenário de
cera que colaram do lado de fora da porta.
A casa vazia de corredores compridos e
empoeirados,congela,trinca,se parte em fendas
Meu rosto no espelho partido do tempo me olha,me sorri,me
deixa,me esquece
Não era isso o que dizia o folheto
Não era assim que estava escrito
Não foi essa a história que escolhi
As ruas vazias e silenciosas atravessam o horizonte turvo
Labirintos de passagens sem fim se abrem,me sugam,me
engolem,me levam
De volta aos corredores gelados da casa vazia,ando em círculos,em
orbita
Não há muros,nem paredes,nada para conter,só o cenário de
cera derretido do lado de fora da porta
do que se foi , só as certezas que já estavam
do que se quis,só o que não se fez
do que se disse,só as vozes que gritam mudas
dois mundos,
um segundo,
o mesmo pânico,
as mesmas mãos.
chuva
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