sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

CÍRCULOS

A janela fechada e o calor infernal derretendo o cenário de cera que colaram do lado de fora da porta.

A casa vazia de corredores compridos e empoeirados,congela,trinca,se parte em fendas

Meu rosto no espelho partido do tempo me olha,me sorri,me deixa,me esquece

Não era isso o que dizia o folheto

Não era assim que estava escrito

Não foi essa a história que escolhi

As ruas vazias e silenciosas atravessam o horizonte turvo

Labirintos de passagens sem fim se abrem,me sugam,me engolem,me levam

De volta aos corredores gelados da casa vazia,ando em círculos,em orbita

Não há muros,nem paredes,nada para conter,só o cenário de cera derretido do lado de fora da porta

do que se foi , só as certezas que já estavam

do que se quis,só o que não se fez

do que se disse,só as vozes que gritam mudas

dois mundos,
um segundo,
o mesmo pânico,
as mesmas mãos.

chuva




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