domingo, 1 de julho de 2012

MEU OLHO


Reconheço em contornos o que vejo
Desenho em formas íntimas de memórias distantes
Traços meus em outros espaços
Despojos de tempos em pedaços apagados

Reconheço em contornos as linhas que limitam
riscos que descem de estranhas frestas
em sonolências indistintas
Histórias de mim que não sou eu
Imagens perdidas de mudanças apressadas

Reconheço em contornos o que busco
Partes arrancadas em assassínio
Pequenos cortes do quebra cabeças por fazer
Terra aberta em abismos de sustos

Reconheço em contornos o que está
Metades que escorrem em veios de escuro
Zimbro de lágrimas tintas que se deitam a nenhuma coisa
Convexos profundos de universos que sugam
a vida que não há.

 http://akitemtudo.com.br/wp-content/uploads/2012/03/vivendo-no-limite-38.jpg

2 comentários:

  1. Como chama a minúscula cidade em que vives?

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    1. Olha que a curiosidade matou o gato...
      Não faz diferença,é uma cidade muito pequena e nada por aqui demanda encanto que dure além de uma "piscadela" descuidada,nem o pitoresco,comum as cidades do interior.
      De qualquer forma,obrigada pela visita e pelo interesse.
      Abraços,Anna Kaum.

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