Quem
sabe num acorde distorcido, daqueles que cortam o tempo e arremessam tempestades,
a maldição se despedace e nos milhares de pedaços do espelho partido no meio da
sala, surjam gotas de estrelas deslocando luzes azuis de purpurinas cor de
prata.
Quem
sabe das palhetas do sintetizador, sons de vermelho profundo lavem o sangue parado,
seco, colado às imagens das lembranças turvas.
Quem
sabe das pontas agudas das baquetas mágicas, sopros de fadas etéreas desenhem
cheiros de jardins e sóis aos pés ágeis de crianças traquinas.
Quem
sabe da voz rouca rasgada, que engole o fim em encantos de eternos começos,serpentes de mel e manjar agradem aos
deuses em suas danças de úteros e enormes portas se abram parindo ventos de
mornos em colos macios de silêncios de plumas em murmúrios de ninar
Quem
sabe em gritos de povos em êxtase se faça o mundo em mais de um e pontes
doiradas de caramelos de línguas derramem cores de mãos dadas em fios de sedas de guizos de gozos de ares
de flores de canteiros de vida em comum.
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