sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

ECO



Pobre criança perdida entre o escárnio e o desejo de não ser
Ridícula alma que vaga de mãos estendidas
Teu porto é o inferno
Tua cama,o lixo
Teus medos risíveis e teus sorrisos tolos
O espelho não te serve
A roupa não te cabe
Os sapatos não combinam
Ausenta-te
esquiva-te
abaixa-te ao rés que te é dado
cala-te estúpida
não vês que nada aqui há para ti?
Chorume podre e inútil é o que de ti escorre
Volta ao canto imundo da rua vazia
Ao escuro de gritos
Ao colo da senhora do horror que te pari a gargalhadas
E  te sangra os olhos
Não é tua esta estrada
Não é teu este prato
Volta –te,acorrenta-te
Encolhe-te ao ferro em brasa da tua dor





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