De novo a tarde cai.
O céu, que de um azul
doce se enchia,
novamente em gritos escurece.
Na angústia do poente
a morte espreita sarcástica
com a prepotência de quem sempre sabe o fim da história.
De novo a noite chega.
Os ventos gelados açoitam a alma que encolhe
retorcida no imponderável.
A madrugada de pesados passos
caminha louca pelos corredores abandonados
a procurar o que nunca existiu
Tudo por dentro se quebra
se queda em prantos de soluços infantis
se espanta em medos de dores que não curam.
Tudo por fora é silêncio e vazio
Ecos mudos dos desejos inúteis,
dos pecados santos,das tristezas infindas.
Só há agora o escuro de contornos de sal
e os olhos baixos em conta gotas de mar.
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